Como parte da sua missão de fazer avançar Bagamoyo II:88, a comissão de formação do Conselho Geral organizou e realizou um seminário sobre elementos-chave da espiritualidade espiritana para os Mestres de Noviços anglófonos e outros Diretores de Formação da UCAWA. O seminário teve lugar de 1 a 31 de outubro de 2024 na comunidade de formação do 2º ciclo no SIST, Enugu, Nigéria. Foi o primeiro do género. Dois confrades facilitadores, o P. Joseph Lekundayo (Paróquia de Santa Clotilde, Reunião) e o P. Richard Fagah (Centro de Investigação das Fontes Espiritanas e da Espiritualidade, Casa Poullart des Places, Rennes, França), animaram o seminário sobre o P. Cláudio Poullart des Places e o Venerável P. Francisco Libermann, respetivamente. Participaram no seminário quinze (15) confrades. Entre eles estavam os PP. David Atuanya (Diretor da Formação, SIST), Deus Tarimo (Mestre de Noviços, Tanzânia), Starford Mayaula (Mestre de Noviços, Zâmbia), Maurice Ozor (Mestre de Noviços, Nigéria Sudeste), Matthew Kyosen (Mestre de Noviços em preparação, Nigéria Nordeste), Cyprian Faerenga (Mestre de Noviços, Nigéria Nordeste). Samson Achimugu (Comunidade do Noviciado, Nigéria Nordeste), Joseph Aloo (Diretor dos Postulantes, Nigéria Sudoeste), Marcellinus Obi (Diretor da Formação, Spiritan School of Philosophy, Isienu, Nigéria), Collins Obiezeani (Diretor Espiritual, Spiritan School of Philosophy, Isienu, Nigéria), Alfred Ofori Yeboah (Capelão, Spiritan University College, Ejisu, Gana), Lucas Binnah Junior (Diretor Vocacional/Formador, Spiritan University College, Ejisu, Gana), Valentine Onyekwelu (Holy Ghost Academy, Nigéria Sudeste), Gabriel Kuku (missão em Serra Leoa), e Anthony Sevali (Diretor dos Postulantes, Nigéria Nordeste). Devido a problemas de visto, o P. Joseph Tiep Vu (Mestre de Noviços Assistente) do Vietname não pôde vir.
O seminário marcou-nos profundamente ao redescobrirmos as nossas raízes como espiritanos, ao lermos sobre as pessoas e o meio sócio-cultural que influenciaram os nossos dois fundadores, o P. des Places e o Venerável Libermann. Mais uma vez, ficámos profundamente comovidos ao ler o inestimável corpus da literatura e dos recursos espiritanos, tais como os retiros documentados e as poderosas orações e declarações do P. Poullart des Places, as cartas fraternas escritas pelo P. Libermann, o seu Comentário ao Evangelho de S. João, a Regra Provisória para os seus missionários, Notas e Documentos, a Antologia Espiritana e muitos outros volumes de trabalhos escritos espiritanos até então desconhecidos e não lidos pelos participantes. Com este pano de fundo, fomos encorajados a conhecer melhor a herança e a linhagem dos fundadores e a mostrar fidelidade aos nossos carismas fundacionais. Ao fazê-lo, fomos inspirados a ver a missão como uma genealogia que nos chama a engendrar novas relações, legando o nosso património espiritual às gerações futuras, face aos desafios contemporâneos e aos sinais do tempo. Com o coração compassivo do P. des Places para com os pobres, o plano de ação de Le Vavasseur, a colaboração de Tisserant e o dinamismo missionário e o carisma de organização do Venerável Libermann, baseados na vida interior, marcados pela docilidade ao Espírito Santo e modelados pelo coração apostólico de Maria, fomos incentivados a viver a espiritualidade missionária da união prática, e a oferecer o mesmo e ainda mais aos futuros espiritanos. Não podemos e não devemos fazer outra coisa!
O Seminário foi para nós uma proposta de renovação, e houve muito tempo para encontros e discussões francas sobre a nossa vida comum de confrades. Um ponto central foi a doutrina de Libermann sobre a vida escondida, com São José, esposo de Maria, como modelo perfeito da espiritualidade do sacerdócio. Foi construída uma convicção geral sobre o facto de os confrades deverem estar ativamente empenhados na solidariedade prática uns com os outros – confrade com confrade, uma província com outra, etc. Os participantes pediram que, uma vez que os espiritanos têm uma dupla consagração – ao Espírito Santo e à Bem-aventurada Virgem Maria – a ênfase deve ser colocada tanto na dimensão “espiritana” como na “mariana” da nossa consagração. Talvez uma novena ao Espírito Santo e à Santíssima Virgem Maria, em preparação para a solenidade da Imaculada Conceição (8 de dezembro), pudesse aprofundar a espiritualidade espiritana. Finalmente, uma vez que o Seminário foi concebido para redescobrir as nossas raízes sagradas e reler a nossa história, somos todos encorajados a usar sempre o nosso nome completo: Congregação do Espírito Santo sob a Proteção do Imaculado Coração de Maria, para refletir o profundo significado teológico da união das duas Congregações.
Escrito por Lucas Binnah Junior, CSSp (em nome dos participantes)