O Conselho Geral organizou, no sábado, 3 de maio de 2025, na Casa Geral em Roma, um encontro com as Superioras Gerais de congregações religiosas fundadas por Espiritanos ou que partilham a nossa espiritualidade. Este encontro, previsto no âmbito da animação sobre a espiritualidade espiritana e do aprofundamento do tema do último Capítulo Geral, “Vejam, vou fazer algo novo”, foi facilitado pela vinda a Roma de numerosas Superioras Gerais para o encontro da União Internacional das Superioras Gerais (UISG), que se realiza na capital italiana a cada três anos.
Os objetivos deste encontro de um dia realizado na Casa Geral, foram, em primeiro lugar, conhecermo-nos, depois partilhar as formas atuais de compreender os carismas das nossas congregações e, finalmente, esboçar possíveis pistas para futuras colaborações. Esta iniciativa faz sentido especialmente na fase atual de animação da nossa congregação, que se concentra na espiritualidade espiritana, que se pode supor que alimentou ou pelo menos influenciou as espiritualidades destas congregações irmãs… ou sobrinhas, como algumas preferiram se qualificar!
Onze Superioras Gerais estiveram presentes ou representadas, citamo-las com o ano e o país de fundação: as Filhas de Maria (Reunião/França, 1849), as Filhas do Sagrado Coração de Maria (Senegal, 1858), que é a mais antiga congregação católica feminina fundada a sul do Saara, as Irmãs Missionárias do Santo Rosário (Irlanda, 1924), as Filhas de Maria de Yaoundé (Camarões, 1926), as Irmãs de Nossa Senhora do Kilimanjaro (Tanzânia, 1931), as Servas de Maria de Douala (Camarões, 1939), as Irmãs do Imaculado Coração de Maria de Diego Suarez (Madagáscar, 1955), as Irmãs da Natividade (Nigéria, 1969), as Filhas do Divino Amor (Nigéria, 1969), as Missionárias do Imaculado Coração de Maria, também chamadas «Filhas de África» (Angola, 1979) e, finalmente, as Irmãs de Jesus Salvador (Nigéria, 1985). Estas representam cerca de metade das congregações femininas inicialmente convidadas e não estão incluídas as congregações masculinas fundadas por confrades. Por outro lado, a análise revela três períodos claramente distintos nos movimentos e nas razões da criação das congregações mencionadas. Uma primeira fase de fundações foi conduzida pela geração de noviços do Padre Libermann (1848-1860); uma segunda fase correspondeu à criação, por bispos espiritanos, de congregações autóctones no momento em que o impulso missionário era chamado a fortalecer as Igrejas locais (1919-1962), em particular na sequência da encíclica Maximum illud (1919); finalmente, uma terceira geração, mais recente e pós-conciliar, continua em parte o movimento anterior, mas mostra também uma relativa diversidade nos seus carismas, em contextos pós-independência e, por vezes, no quadro de dolorosas guerras civis (1965 até hoje).
A reunião incluiu a celebração da Eucaristia presidida pelo P. Alain Mayama, Superior Geral dos Espiritanos e anfitrião. Ele agradeceu aos presentes e recordou a importância de partilhar a riqueza do património espiritano, tão plural quanto inspirador. Como São Paulo, na leitura bíblica do dia, a Família Espiritana vive a máxima de transmitir o que recebeu e viveu no dia a dia
As reuniões por grupos linguísticos, à tarde, revelaram vários temas comuns, nomeadamente a dimensão mariana das nossas espiritualidades, um profundo compromisso com a assistência aos pobres e às pessoas em situações precárias, a promoção da dignidade humana — sem dúvida enraizada na missão histórica de libertar os escravos — e uma dedicação à evangelização que promove o desenvolvimento integral. É digno de nota que, sem coordenação prévia, o cardeal Dieudonné Nzapalainga, Espiritano, Arcebispo de Bangui (RCA), que reside na Casa Geral durante este período pré-conclave, ecoou vários destes mesmos temas. A sua breve visita para saudar os participantes foi calorosamente recebida e muito apreciada.
Tudo isso foi suficiente para um primeiro encontro deste género! Foi tomada a decisão de possíveis colaborações futuras, tanto a nível regional como geral, e o aprofundamento de possíveis elementos comuns nas nossas espiritualidades poderá ser uma questão a trabalhar em conjunto num próximo encontro.
