Há alguns anos, a comunidade da Casa Generaliza organiza uma festa no jardim da casa para amigos e membros de outras congregações, que no passado acontecia por volta do Pentecostes e, nos últimos anos, no domingo de Pentecostes.
A Eucaristia da Solenidade do Pentecostes foi celebrada com alegria na bela capela das Irmãs Combonianas, escolhida pela sua capacidade, uma vez que a nossa era demasiado pequena para a ocasião. A cerimónia litúrgica foi presidida pelo Cardeal José Tolentino de Mendonça, Prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, aqui em Roma. Entre os ilustres participantes estavam o Embaixador Domingos Fezas Vital, Embaixador de Portugal junto à Santa Sé, o Sr. Gabriel Gabkwet, Diplomata de Alto Nível da Embaixada da República Federal da Nigéria junto à República Italiana, o Sr. David Li, Conselheiro da Embaixada de Taiwan junto à Santa Sé, o Rev. Mons. Anthony Onyemuche Ekpo, subsecretário do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, juntamente com outras figuras eclesiásticas proeminentes, superiores gerais de várias congregações, padres, irmãs e fiéis leigos.
Na sua homilia, o cardeal José Tolentino de Mendonça sublinhou o tema «o Espírito Santo como grande agente de transformação» e eis o resumo:
A questão fundamental do cristianismo é como a vida emerge do acontecimento aparentemente trágico e distópico da morte de Jesus na cruz. Os discípulos, lutando para compreender, inicialmente viram a crucificação como um fim frustrante. No entanto, o mistério pascal — que engloba tanto a morte como a ressurreição — demonstra que esta relação com Jesus não só continua, como se torna mais forte.
Jesus tranquiliza os seus seguidores no Evangelho de João, prometendo a presença do Espírito Santo, o Consolador que fortalece a fé, a esperança e o amor. O Espírito defende a ousadia da esperança e permite aos cristãos perceber o mundo como um lugar cheio de encontros divinos, em vez de vazio. É através do Espírito que os crentes desenvolvem a capacidade de esperar, amar e permanecer fiéis. Todo cristão, portanto, é uma consequência da presença do Espírito Santo.
Os Atos dos Apóstolos ilustram o Pentecostes como um evento transformador, onde o Espírito permite a unidade apesar das diferenças linguísticas e culturais. O Espírito Santo torna o cristianismo dinâmico e sempre presente, inspirando novas expressões de fé e trabalho missionário. Não é simplesmente uma repetição de tradições passadas, mas uma força criativa que molda os crentes e a Igreja.
Além disso, o Espírito muitas vezes se antecipa à Igreja, desafiando as suas noções preconcebidas. A história da visão de Pedro em Jope destaca a necessidade de se adaptar à orientação do Espírito. Em última análise, o Espírito Santo é a força que transforma a inércia em dinamismo missionário, impulsionando os crentes para novos horizontes de fé e renovação.
A liturgia foi marcada pelas leituras bíblicas da celebração do Pentecostes, bem como por cânticos litúrgicos animados pela comunidade do Generalato e pela comunidade de padres em formação, da Villa Notre Dame. No final da cerimónia, cantámos a Ave Maria com versos em diferentes línguas para expressar a nossa alegria comum pelas inúmeras bênçãos que o Senhor concedeu à nossa família religiosa em todo o mundo, por intercessão da Mãe, pois a nossa Congregação vive sob proteção Imaculado Coração de Maria.
Regressámos ao nosso jardim, onde nos esperava um simpático buffet. Como de costume, os nossos convidados mostraram uma enorme relutância em partir… – um sinal claro de que tinham apreciado a noite tanto quanto nós!